sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A construção coletiva da informação - web 2.0

Provedoria do Leitor
por Ricardo Nunes
(Membro da Provedoria)

Jornalismo digital, web 2.0 e bijutaria social
Estratégia de marketing ou momento fundamental da breve história da Internet, a terminologia web 2.0, corresponde a um conjunto de ferramentas e possibilidades técnicas ao serviço do utilizador – da rede, para a rede com a construção de todos os envolvidos. O "Setúbal na Rede", com a ousadia e originalidade que o caracterizam, ainda não integrou algumas das funcionalidades que fazem furor entre a geração digital.

A atitude aberta e em constante mutação da rede de natureza social e colaborativa levou à sua apropriação pelos órgãos de comunicação social de todo o mundo. Grande parte dos media têm procurado integrar o que José Luís Orihuela chama de "bijutaria social". A web 2.0, feita de construções partilhadas, envolve-se de mil instrumentos e utilidades: del.ici.ous, digg, technorati, fresqui, flickr são alguns exemplos de utensílios que têm alterado a forma de procurar, armazenar e compartir dados e informações de natureza diversificada: íntimas e individuais, sociais e públicas.

Na base desta apropriação social encontra-se uma profunda alteração de paradigma comunicacional. Ao modelo tradicional de comunicação de massas – de "um para muitos", centrado fundamentalmente na figura do emissor em detrimento do receptor, acrescenta a Internet uma transformação nesta relação histórica, desequilibrada e distante – a emergência de um modelo baseado numa lógica de construção informativa comum – "de muitos para muitos".

O suporte digital, marcadamente interactivo, hipertextual e multimediático, é o motor desta transformação com forte impacto na convergência e integração dos meios, mas principalmente na constituição de novos modelos de relação social, de cidadania e de trabalho.

As mudanças operadas, genericamente forçadas pela pressão exterior de um fenómeno planetário, centram-se em áreas perfeitamente definidas: gestão e organização dos media, actividade jornalística e relação com os consumidores. Tendo o papel do jornalista sido abalado na sua autoridade e centralidade através do jornalismo cidadão, muitos se interrogam como definir os mais recentes desafios e inquietações que envolvem esta actividade: ciberjornalismo, webjornalismo, pós-jornalismo, todos são jornalistas, é o fim do jornalismo?

Nenhuma pretensão de resposta envolve este texto baseado na fórmula que se tornou bandeira internacional: web + software social + práticas comunicativas = web 2.0. Será do equilíbrio entre todos os protagonistas que surgirá mais e melhor jornalismo que permita respeitar e manter uma tendência clássica: interrogar fontes, contrastar informações, publicar dados verificáveis. É da complexa e abundante rede social que pode nascer uma actividade jornalística mais cooperante, partilhada, cumpridora de princípios éticos e deontológicos.

Ricardo Nunes - 05-11-2007 09:38

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Jornais gratuitos na internet

Tue Sep 18, 2007 4:43 pm (PST)
http://blog.estadao.com.br/blog/cruz?title=jornais_gratuitos_na_rede&more=1&c=1&tb=1&pb=1
O Wall Street Journal é apontado com um dos poucos casos de sucesso na venda de conteúdo na internet. A assinatura da versão eletrônica custa US$ 99 ao ano. Seu novo dono, Rupert Murdoch, da News Corp., estuda acabar com a cobrança, segundo a Reuters (em inglês). Ontem (17/9), o New York Times anunciou que deixará de cobrar por sua seção especial de colunistas, chamada TimesSelect.
Há 10 anos, era comum as empresas tradicionais de comunicação se preocuparem com a canibalização do impresso pela internet. Por isso, muitas partiram para a cobrança de assinatura, mais como uma forma de proteger os produtos existentes do que uma maneira de ganhar dinheiro.
O que acontece hoje é que, ao manter o esquema antigo, as empresas acabam sacrificando sua presença num mercado em ascensão para proteger o produto que está em declínio. Jornal é hábito e, se há 10 anos os adolescentes não liam o impresso, o que existe atualmente são pessoas a caminho dos 30 anos que nunca se acostumaram ao papel, e que acabam sem acesso à versão eletrônica do impresso porque ela é fechada.
A assinatura do jornal em papel cobre os custos de impressão e distribuição. Como na internet não existem custos de impressão e distribuição, não existe justificativa financeira para cobrar assinatura. Assim como acontece no impresso, o negócio na internet é vender anúncios, que são cobrados de acordo com o tamanho da audiência. A venda de assinaturas restringe o tamanho da audiência na internet, sem a contrapartidade de cobrir os custos de distribuição, e, dessa forma, restringe o faturamento com a publicidade.
Para o mercado publicitário, o leitor da internet ainda vale bem menos do que o impresso. De 10 a 100 vezes menos, dependendo do tipo de publicação que se está comparando. Mesmo nesse ambiente compensa cada vez mais optar pelo ambiente digital. Existem cerca de 40 milhões de internautas no País, o que já corresponde a uma audiência maior que o total de leitores de jornais impressos. No ano passado, a circulação dos jornais ficou em 7,2 milhões de exemplares diários. Admitindo-se que cada exemplar tem, em média, cinco pessoas que o lêem, eram 36 milhões de leitores do impresso.
FIM

sábado, 25 de agosto de 2007

Rádio digital

Digitalização do rádio poderá eliminar pequenas e médias emissoras

Ana Rita Marini

Fonte: FNDC 18/08/2007

Tal como está sendo conduzida, a digitalização do rádio no Brasil aumentará a concentração dos meios de comunicação e o poder das grandes redes. Essa constatação tornou-se evidente na recente reunião Comissão de Ciência,Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado. Especialistas afirmam que uma decisão tecnológica de porte, como é a escolha do sistema de radiodifusão digital brasileiro, se for tomada às pressas, pode decretar o fim do rádio como um veículo democrático e plural, acessível dos lugares mais remotos e pelas diferentes classes sociais no país.

Em audiência no Senado Federal – “Implantação do Rádio Digital no Brasil” – no último dia 15, organizada pela CCT, parlamentares demonstraram surpresa e preocupação com o assunto. Eles começaram a perceber que a digitalização do rádio envolve mais questões do que a escolha de uma tecnologia, em função das decorrências econômicas e sociais. A adoção da nova tecnologia, tal como vem sendo encaminhada, praticamente excluirá as pequenas e médias emissoras, aumentando a conmcentração dos meios de comunicação e poder das grandes redes.

O jornalista José Carlos Torves, representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) na audiência, da qual foi um dos debatedores, referiu-se a recentes declarações que a Ibiquity, empresa proprietária do sistema In Band on Channel (IBOC) . O IBOC poderá ser a tecnologia escolhida para o Brasil, se o governo se curvar às pressões e pressa dos radiodifusores – que contam com o aval do ministro das Comunicações, Hélio Costa. A Ibiquity confirmou ao Federal Communicatoins Committion (FCC) – o organismo regulador dos meios de comunicação nos EUA – que o IBOC não tem capacidade tecnológica para atender às rádios abaixo de 25KW. Como estas emissoras são a maioria no Brasil, uma decisão por este padrão deixaria milhares de rádios fora do espectro. “O governo não sabia disso até poucos dias. Mesmo assim, se mostra apressado em tomar a decisão, sem um mínimo de segurança, pressionado pelos radiodifusores que se dizem ficando para trás na corrida digital”, diz Torves.

O Senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), ressaltou na audiência a importância do debate. “Avanço tecnológico faz com que tenhamos que discutir no Congresso e com a sociedade, no sentido de prepará-la para esta onda tecnológica que já chegou e que talvez nós não tenhamos tido o cuidado de acompanhar”.

Rádio corre o risco de sumir

Torves ressalta ainda que o rádio, hoje, apesar de ser o veículo de comunicação mais popular do país, já trabalha com uma margem muito pequena – quatro por cento – do bolo publicitário. “O rádio está definhando em termos de verba publicitária”, afirma Torves, acrescentando que a escolha do padrão americano Iboc tornará ainda mais inviável o futuro deste meio de comunicação. A maioria das rádios brasileiras, na opinião de Torves, não poderá encarar o custo para a transição (entre 80 mil e 120 mil dólares, além dos royalties). “O sistema de rádio no Brasil corre o risco de sumir”, assinala. Além do custo do receptor (o rádio), que terá um preço mínimo em torno de R$ 300,00.

O Superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian, outro debatedor na audiência, acredita que o preço dos receptores cairá após a implantação da rádio digital, mas que é preciso regulamentar o setor neste momento de convergência. “Para sair do mundo analógico para o mundo digital, temos que ter um carinho muito grande com o rádio. Precisa de um marco regulatório para este mundo de convergência, onde um invade o espaço do outro”, apontou.

Sérgio Souza Dias, presidente do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada do Rio Grande do Sul (Ceitec), expôs os estudos em desenvolvimento pela Ceitec e mostrou-se preocupado com o fato de que a Ibiquity ainda não liberou os futuros usários dos royalties, conforme foi anunciado pelo Ministério das Comunicações.

O sistema IBOC é um “devorador de faixa eletromagnética”, ressalta Torves, explicando que essa tecnologia não vai possibilitar a entrada de novas emissoras e reduzirá o número de rádios analógicas existentes. Permencerão as pertencentes aos grandes grupos de comunicação. “Assim, ao contrário do que se esperava, a digitalização, nestes termos, não levará a uma maior democratização da comunicação, mas provocar uma concentração ainda maior”, conclui o jornalista.

A CCT solicitará audiência com o ministro Hélio Costa para tratar do assunto.

domingo, 19 de agosto de 2007

Tecnologia influencia mudança no código dos jornalistas

Código de Ética dos jornalistas pode reduzir “denuncismo”

Fonte: Fabiana Reinholz / FNDC / 11/08/2007

O surgimento de novas tecnologias de comunicação possibilitou ampliar a capacidade de investigação e construção do jornalismo. O do uso indiscriminado dessas tecnologias – câmeras escondidas, manipulação digital de fotos e identidade falsa – entretanto, burlavam o Código de Ética dos Jornalistas, vigente desde 1987. Respondendo a essa tendência, e outros propósitos, o Congresso Nacional Extraordinário dos Jornalistas, no último final de semana, em Vitória (ES) aprovou a reformulação desse Código.

O uso de câmaras escondidas, a manipulação digital de fotos, o poder de se recolher imagens ou sons sem o conhecimento das pessoas, passam ser enquadrados no novo Código de Ética dos Jornalistas, aprovado na última semana. Pelas novas regras, fica proibida a divulgação de informações obtidas com uso de identidade falsa e câmeras escondidas. De acordo com o texto, isso só poderá ocorrer, em caso de esclarecimento de informações de relevante interesse público.

As questões éticas devem ser uma constante preocupação na vida dos jornalistas, em primeiro lugar, "em função de sua responsabilidade, já que a nossa profissão é uma atividade de natureza social", afirma José Maria Rodrigues Nunes, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul. Nunes acredita que o novo texto dará mais subsídios ao profissional, no sentido de resguardá-lo até mesmo diante do próprio empregador.

O debate sobre a reformulação vinha sendo travado há três anos e se intensificou durante o Seminário Nacional de Ética de Londrina, em abril do ano passado. Uma comissão de sistematização foi criada para a elaboração de uma proposta de atualização, tendo em vista os 20 anos de sua vigência. O texto trouxe sugestões de sindicados e da sociedade, obtidas através de uma consulta pública realizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Segundo Luiz Antônio Spada, membro da Comissão Nacional de Ética, o novo código visa aprimorar a questão da ética jornalística. “O que estamos procurando é nortear realmente a ação do jornalista. Para que ele faça um bom jornalismo, não pode ficar preso à pressa de divulgar a informação no prejuízo de pessoas”, assinala. Spada trabalhou na comissão de sistematização das sugestões de emendas do Código. Delegações de 23 estados brasileiros estiveram presentes ao encontro, possibilitando a pluralização das discussões. Segundo Nunes, essa diversidade colaborou para a formatação de um código que irá auxiliar o dia-a-dia de todos os jornalistas. A Fenaj deverá divulgar as próximas semanas o novo código, assim que a comissão de redação final, eleita pelo Congresso Extraordinário de Vitória, terminar seu trabalho.

Pontos inclusos no código - Pelas novas regras, fica proibida a divulgação de informações obtidas com uso de identidade falsa e câmeras escondidas. De acordo com o texto, isso só poderá ocorrer, em caso de esclarecimento de informações de relevante interesse público e quando esgotadas todas as possibilidades em que o profissional possa recusar o seu uso.

Na avaliação de Nunes, isso dará fim ao tipo de reportagem de “denuncismo”, prática feita com muita facilidade e pouca responsabilidade. Para Spada, há outras formas de se conseguir provar uma denúncia. “Você não precisa enganar a fonte de qualquer forma e pretexto”, conclui.

O texto final inclui princípios da Constituição de 1988, artigos constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), no Código do Consumidor (1990) e no Estatuto do Idoso (2003). Cláusulas como a presunção da inocência - referente à prerrogativa de "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória" – e de consciência, também foram anexadas ao código.

De acordo com Antônio Carlos Queiroz, vice-presidente Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, o desafio é combater a atual disposição de certos meios de denunciar, julgar e punir pessoas com a execração pública, muitas vezes sem elementos de prova e sem conceder-lhes o direito de resposta. O jornalista poderá ainda se recusar a executar pauta que se choque com os princípios do Código ou que agridam as suas convicções – ressaltando que essa disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para o profissional deixar de ouvir pessoas com opiniões contrárias às suas.

Ainda de acordo com o documento, é dever do jornalista informar ao público a utilização de recursos para fotometragem que modifiquem a imagem original. A nova redação traz também esclarecimentos do Código e do processo disciplinar vigente e do processo disciplinar da atuação da comissão.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Vaga professor UFSM

Departamento de Ciências da Comunicação – CESNORS/UFSM

SELEÇÃO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO

Área de Conhecimento: Comunicação Digital – Telejornalismo

Requisito Básico: Graduação em Jornalismo, com experiência nas áreas da seleção

Regime de Trabalho: 40 horas;

Vaga: 1 (uma);

Remuneração: R$ 988,00

Período de Inscrições: 20 a 24 de agosto na secretaria dos Cursos do CESNORS, em Frederico Westphalen, das
08h30min às 11h e das 14h às 16h30min.

OBS: Os candidatos deverão apresentar carteira de identidade e currículo vitae comprovado. Conferir demais exigências no site www.cesnors.ufsm.br, link Editais.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Especial - Internet

Especial da Deutsche Welle: A internet transforma o mundo. Mas como? Neste especial, a DW-WORLD.DE e da DW-RADIO tentam dar respostas a essa questão.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007