sexta-feira, 18 de maio de 2007

Mercado sensível - demais!

DO TERRA MAGAZINE (Se quiser, clique no original)
Ações da Apple caem US$ 4 bi por boato em blog

Sexta, 18 de maio de 2007, 13h55
Daniel Bramatti

Um blog com alta credibilidade. Uma informação falsa sobre um dos produtos mais esperados do ano. Um intervalo de seis minutos. Foi o que bastou para provocar uma queda de nada menos que US$ 4 bilhões nas ações da Apple, a fabricante dos Ipods, dos computadores Macintosh e dos ainda não lançados Iphones.
Os US$ 4 bilhões que "evaporaram" em apenas seis minutos equivalem, por exemplo, ao preço de mercado do Pão de Açúcar, uma das principais redes de supermercados do Brasil. As ações se recuperaram em pouco tempo, mas o estrago deixou milhares de investidores no prejuízo - e outros milhares, que compraram os papéis no momento da baixa, rindo à toa com o ganho fácil e inesperado.


Reprodução: Gráfico mostra o tombo das ações da Apple no momento em que notícia falsa foi publicada por blog


Tudo começou quando o blog Engadget, especializado em produtos de alta tecnologia, anunciou que funcionários da Apple haviam recebido um e-mail da empresa anunciado que o lançamento do celular Iphone havia sido adiado de junho para outubro. O texto também informava sobre o adiamento do "Leopard", codinome do novo sistema operacional dos chamados "Macs".
Ao receber o e-mail, repassado por uma fonte da própria Apple, o blog procurou a empresa, mas não esperou a manifestação dela para publicar a novidade. E assim o boato ganhou ares de notícia, provocando uma enorme onda vendedora no Nasdaq, a Bolsa de alta tecnologia sediada em Nova York.
O e-mail, soube-se depois, não era da Apple, apesar de imitar o padrão das comunicações internas da empresa. E o adiamento dos produtos, segundo a companhia, está fora de cogitação.
Até agora não se sabe quem foi o autor da mensagem - recebida por centenas de funcionários da Apple -, nem se sua intenção era derrubar as ações da empresa para poder comprá-las por um preço mais baixo. Se isso aconteceu, não se trata apenas de um trote, mas de um crime.
Com a credibilidade mais do que arranhada, o blog Engadget publicou ontem à noite uma nota de esclarecimento sobre a confusão. O autor do texto, Ryan Blocks, afirma que recebeu o e-mail de uma fonte confiável, que trabalha na Apple, e que tudo indicava se tratar de um comunicado autêntico. "Para um repórter, esse tipo de coisa - um memorando interno para os empregados de uma empresa - é ouro", afirmou, ao tentar justificar o triunfo do entusiasmo sobre a cautela.
"Aprendemos uma lição muito séria ontem. Vamos trabalhar duro para reconquistar a confiança que perdemos e fazer o melhor para ser o sempre nos esforçamos para ser: uma fonte confiável sobre as novidades no mundo dos aparelhos eletrônicos e da tecnologia", concluiu.

Leia também:» Crônica de uma revolução: Digg se curva às massas» Código antipirataria vira música no YouTube» Joost concretiza convergência entre TV e internet

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Apontamentos - slides aula dia 16/5

Espaço e tempo:categorias em mutação

São muitas as questões... Por que certos projetos sociais e culturais são hegemônicos na sociedade?
Que espaços e tempos de resistência são criados diante de um mundo repressor?
Que tempo é esse que acelerou?
Ou foram os espaços que reduziram distâncias?
Como reelaboramos nossa forma de atuar na cultura, a partir de novos objetos tecnológicos?

O telégrafo
O telégrafo trouxe a imprensa para a idade moderna. Antes, as notícias circulavam com atrasos de dias e semanas. Por exemplo, a edição do The Times de 9 de janeiro de 1845 reportava notícias da Cidade do Cabo com oito semanas de atraso e notícias do Rio de Janeiro de seis semanas atrás. A diferença para notícias de Nova York era de quatro semanas e de Berlim, uma semana.

Átomos e bits
O primeiro computador (anos 40) era programado diretamente por cabos e pesava toneladas; cartões e fitas eram utilizados para programar nos anos 50 (código binário)
Com outros programas, o código binário ficou oculto, mas os bits “programam” a sociedade

Primeiro eletrônico
John W. Mauchly e J. Prester Eckert Jr., junto com cientistas da Universidade da Pensylvânia, construíram o primeiro computador eletrônico, conhecido como ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Calculator). O ENIAC possuia aproximadamente 18 mil válvulas, pesava 30 toneladas e chegava a consumir 150 KW. Em contrapartida superava em mil a velocidade dos outros computadores, chegando a realizar 5 mil operações por segundo.

De que é feito o PC?
O PC (computador pessoal) foi inventado à revelia dos grandes fabricantes. Levy afirma não ser possível encontrar no computador em si uma significação social ou cognitiva, por isso o imprevisível é que transformou a informática em “meio de massa para a criação, comunicação e simulação”.
1984....
Introduzido em Janeiro de 1984, esse Macintosh não tinha um nome de modelo, era simplesmente Macintosh. Só mais tarde ele ganhou a marcação " Macintosh 128 " para não ser confundido com seu sucessor, o Macintosh 512k. Ele não foi apenas a inspiração para o visual do MAC, mas também inspirou o Microsoft Windows e outras interfaces tipo windows.

A evolução das redes
O código por trás dos softwares é binário, mas a “capa” ou programa externo é sempre o mais analisado.
A importância não recai portanto, em sua essência, mas na capacidade de interligação de computadores: ou seja – na formação de REDE

Pólos funcionais - Rede digital Produção ou composição de dados, de programas ou de representações visuais (técnicas digitais);
Seleção, recepção e tratamento dos dados, dos sons ou das imagens (terminais de recepção inteligentes);
Transmissão (a rede digital de serviços integrados)
Armazenamento (banco de dados, de imagens)
Apoio à tecnologia intelectual
Levy aponta que o uso do audiovisual para o conhecimento será crescente e tão natural quanto hoje é o uso da escrita;
Necessidade de repensar a escrita em conjunto com a inteligência artificial.

Levy
“Inventar novas estruturas discursivas, descobrir as retóricas ainda desconhecidas do esquema dinâmico, do texto da geometria variável e da imagem animada, conceber ideografias nas quais as cores, o som e o movimento irão se associar para significar, estas são as tarefas que esperam os autores e editores do próximo século.” (1993, p.109).

Milton Santos

Espaço – conjunto indissociável de sistemas de objetos e de ações que têm como base o discurso.
Sistema de objetos – discursos internos de intencionalidade (econômico-uso ou simbólico-sedução), unicidade global, conflito velhos X novos (hegemônicos).
Sistema de ações - ação pragmática, e não explicada.
Territórios e regiões
Regiões – Horizontalidade (produção). Verticalidade (global - circulação, intercâmbio e regulação). Nexos – energia para informação.
Informar é também governar. Informação é novo princípio de estruturação do território.

Aldeia global, por Ianni A idéia de aldeia global (Marshall McLuhan) é retomada por Ianni, que apresenta:
“A noção de aldeia global é bem uma expressão da globalidade das idéias, padrões e valores socioculturais, imaginários. Pode ser vista como uma teoria da cultura mundial, entendida como cultura de massa, mercado de bens culturais, universo de signos e símbolos, linguagens e significados que povoam o modo pelo qual uns e outros situam-se no mundo, ou pensam, imaginam, sentem e agem.” (p.94)

Signos da mundialização
Resultado: Meios de comunicação utilizam recursos da informática e da eletrônica e promovem o rompimento de diferenciações socioculturais como religião, idiomas, regimes políticos e outras formas de diversidade. Seriam lançados, assim, os “signos mundiais ou da mundialização”.
Passam a existir zonas de interface entre uma cultura fragmentada e especializada e outra integral, completa e macro. Valorização do atual e fim das distâncias.

O Glocalismo
Local e Global. Canclini defende que:
“A clássica definição socioespacial de identidade, referida a um território particular, precisa ser complementada com uma definição sociocomunicacional.” (p.35-6)

Reflexos na cultura
Apropriações de tempo e espaço: pessoais (distâncias mortas pelo e-mail), comunitárias (festas e encontros regionais); turismo de eventos (carnaval, de festa popular ao híbrido evento popular para consumo)
E as novas tecnologias? Noção de poder (hackers) ou de direitos autorais (troca de arquivos de música por mp3) são exemplos de como as NT confirmam mudanças na relação de espaço e tempo, que, em última análise, estão ligadas ao poder simbólico, ou seja, a posicionamentos culturais.

Canclini propõe 4 caminhos: 1 – Novos repertórios culturais, que aparecem a partir do rompimento de fronteiras (nacionalidade porosa, perpassadas pelas noções de aldeia global). Acesso a produtos importados, TV, turismo etc.
2 – Cultura como instância simbólica – reproduz a sociedade. (NT geram empregos diferenciados, subempregos pela automação).
Reflexos na cultura
3 – Cultura servindo ao consenso e à formação da hegemonia. Local para administrar poder, lutas sociais.
4 – Cultura como dramatização de conflitos sociais – narrativas (jornalismo, homepages, diários online, telenovelas etc).

Paradigma da comunicação digital
A comunicação um para muitos x comunicação muitos para muitos
Grande diferencial: não ser unidirecional, incentivar a interação com o “público”.
O “tempo real”: flexibilidade, fluxo tensonado, estoque zero, prazo zero. É a condensação do presente, da operação em andamento. Na rede, um “tempo pontual” (Levy)

Jornalismo
Conceito de furo jornalístico > jornal > rádio e tv > internet

Pensar
Devemos pensar na imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos diversos circuitos de produção e de difusão do saber e .... não amplificar e extrapolar certas tendências ligadas apenas à rede informático-mediática. (p.116)

Levy, de novo
“O processo de unificação do campo da “comunicação” já é bem antigo, na ordem econômica e financeira. Começou recentemente no plano das habilidades e das profissões durante o desenvolvimento da telemática. Com a constituição da rede digital e o desdobramento de seus usos tal como imaginamos aqui, televisão, cinema, imprensa escrita, informática e telecomunicações veriam suas fronteiras se dissolverem quase que totalmente, em proveito da circulação, da mestiçagem e da metamorfose das interfaces em um mesmo território cosmopolita.”
Ler, para 21/5
02 - BRIGGS & BURKE. A internet. In: Uma história social da mídia. pp.310-321 – somente XEROX
Aula do dia 21/5 – no Laboratório de Informática
Dia 28/5 – Novo texto, revisado e ampliado, com referências (textos 01 e 02, ou a critério do aluno). O QUE VOU PESQUISAR – trazer material para a aula.

Bibliografia da aula
CANCLINI, N. Entre o global e o local.
IANNI, O. A mundialização da cultura.
LEVY, P. Tecnologias da inteligência.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo.
Imagens: www.museudocomputador.com.br

domingo, 13 de maio de 2007

Textos para a disciplina - Bora ler!

Pessoal, aqui estão os textos que servirão de base para a nossa disciplina, ou seja, também para os trabalhos de vocês. Claro que outros poderão ser utilizados. Nesta semana todos os textos estarão no xerox. Lembrando que a maioria tem link para o texto em pdf e três deles estarão apenas no xerox (os números 2, 8 e 10). O texto 03 foi retirado, por isso a falta dele na numeração.

CURSO DE JORNALISMO - COMUNICAÇÃO DIGITAL
COLETÂNEA DE TEXTOS 2007/1
PROFESSORA CLÁUDIA HERTE DE MORAES
Textos 2,8 e 10 – disponíveis apenas no xérox.

01 – GALARÇA, SRL. Jornalismo Online na Sociedade da Informação. Dissertação de mestrado.
pp. 27 a 50. http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000432427&loc=2004&l=a68f7d8508fffd92

01 - FERREIRA, JCF. Mutações Sociais e Novas Tecnologias: O potencial radical da Web. http://www.bocc.ubi.pt/pag/felz-jorge-potencial-radical-da-web.pdf

02 * – BRIGGS & BURKE. A internet IN: Uma história social da mídia. SP: Ática, 2003. pp-310-321

04 - FERREIRA, PHO. O jornalismo e as tecnologias de informação on-line: do Telégrafo à Internet Móvel.
http://njmt.incubadora.fapesp.br/portal/pesquisadores/mest/pauloh/redealcar2004-phferreira.pdf

05 - SOUZA, L et. al. Cidade, Tecnologia e Cultura: o serviço de telefonia móvel e a mudança da interação social na sociedade brasileira contemporânea. http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/17858/1/R0902-1.pdf

06 - MORAES, D. Ciberespaço e mutações comunicacionais.
http://www.saladeprensa.org/art370.htm

07 - LEMOS, A. Cibercultura e mobilidade: a era da conexão.
http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n41/alemos.html

08 * - GATTES, B. Capitalismo sem força de atrito. In: A estrada do futuro. pp.199-230.

09 - SILVEIRA, S.A. Inclusão digital, software livre e globalização contra-hegemônica.
http://www.cgee.org.br/cncti3/Documentos/Seminariosartigos/Inclusaosocial/DrSergioAmadeudaSilveira.pdf

10 * - Levy, P. A metáfora do hipertexto. IN: Tecnologias da Inteligência. SP: Ática, 1993. Pp. 21-27 e 70-73.

11 - PEREIRA, V.A. Dinâmicas contemporâneas de subjetivação.
http://www.comunica.unisinos.br/tics/textos/2000/2000_vap.pdf

12 - LIMA JR, W T. Pesquisa Aplicada na descoberta de novas tecnologias de distribuição de conteúdos jornalísticos
http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/17377/1/R1800-1.pdf

13 - MIELNICZUK, L. Características e implicações do Jornalismo Online.
http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf

14 - _________. Interatividade como dispositivo do jornalismo online
http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/1999_mielniczuk_netestado.pdf