quinta-feira, 17 de maio de 2007

Apontamentos - slides aula dia 16/5

Espaço e tempo:categorias em mutação

São muitas as questões... Por que certos projetos sociais e culturais são hegemônicos na sociedade?
Que espaços e tempos de resistência são criados diante de um mundo repressor?
Que tempo é esse que acelerou?
Ou foram os espaços que reduziram distâncias?
Como reelaboramos nossa forma de atuar na cultura, a partir de novos objetos tecnológicos?

O telégrafo
O telégrafo trouxe a imprensa para a idade moderna. Antes, as notícias circulavam com atrasos de dias e semanas. Por exemplo, a edição do The Times de 9 de janeiro de 1845 reportava notícias da Cidade do Cabo com oito semanas de atraso e notícias do Rio de Janeiro de seis semanas atrás. A diferença para notícias de Nova York era de quatro semanas e de Berlim, uma semana.

Átomos e bits
O primeiro computador (anos 40) era programado diretamente por cabos e pesava toneladas; cartões e fitas eram utilizados para programar nos anos 50 (código binário)
Com outros programas, o código binário ficou oculto, mas os bits “programam” a sociedade

Primeiro eletrônico
John W. Mauchly e J. Prester Eckert Jr., junto com cientistas da Universidade da Pensylvânia, construíram o primeiro computador eletrônico, conhecido como ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Calculator). O ENIAC possuia aproximadamente 18 mil válvulas, pesava 30 toneladas e chegava a consumir 150 KW. Em contrapartida superava em mil a velocidade dos outros computadores, chegando a realizar 5 mil operações por segundo.

De que é feito o PC?
O PC (computador pessoal) foi inventado à revelia dos grandes fabricantes. Levy afirma não ser possível encontrar no computador em si uma significação social ou cognitiva, por isso o imprevisível é que transformou a informática em “meio de massa para a criação, comunicação e simulação”.
1984....
Introduzido em Janeiro de 1984, esse Macintosh não tinha um nome de modelo, era simplesmente Macintosh. Só mais tarde ele ganhou a marcação " Macintosh 128 " para não ser confundido com seu sucessor, o Macintosh 512k. Ele não foi apenas a inspiração para o visual do MAC, mas também inspirou o Microsoft Windows e outras interfaces tipo windows.

A evolução das redes
O código por trás dos softwares é binário, mas a “capa” ou programa externo é sempre o mais analisado.
A importância não recai portanto, em sua essência, mas na capacidade de interligação de computadores: ou seja – na formação de REDE

Pólos funcionais - Rede digital Produção ou composição de dados, de programas ou de representações visuais (técnicas digitais);
Seleção, recepção e tratamento dos dados, dos sons ou das imagens (terminais de recepção inteligentes);
Transmissão (a rede digital de serviços integrados)
Armazenamento (banco de dados, de imagens)
Apoio à tecnologia intelectual
Levy aponta que o uso do audiovisual para o conhecimento será crescente e tão natural quanto hoje é o uso da escrita;
Necessidade de repensar a escrita em conjunto com a inteligência artificial.

Levy
“Inventar novas estruturas discursivas, descobrir as retóricas ainda desconhecidas do esquema dinâmico, do texto da geometria variável e da imagem animada, conceber ideografias nas quais as cores, o som e o movimento irão se associar para significar, estas são as tarefas que esperam os autores e editores do próximo século.” (1993, p.109).

Milton Santos

Espaço – conjunto indissociável de sistemas de objetos e de ações que têm como base o discurso.
Sistema de objetos – discursos internos de intencionalidade (econômico-uso ou simbólico-sedução), unicidade global, conflito velhos X novos (hegemônicos).
Sistema de ações - ação pragmática, e não explicada.
Territórios e regiões
Regiões – Horizontalidade (produção). Verticalidade (global - circulação, intercâmbio e regulação). Nexos – energia para informação.
Informar é também governar. Informação é novo princípio de estruturação do território.

Aldeia global, por Ianni A idéia de aldeia global (Marshall McLuhan) é retomada por Ianni, que apresenta:
“A noção de aldeia global é bem uma expressão da globalidade das idéias, padrões e valores socioculturais, imaginários. Pode ser vista como uma teoria da cultura mundial, entendida como cultura de massa, mercado de bens culturais, universo de signos e símbolos, linguagens e significados que povoam o modo pelo qual uns e outros situam-se no mundo, ou pensam, imaginam, sentem e agem.” (p.94)

Signos da mundialização
Resultado: Meios de comunicação utilizam recursos da informática e da eletrônica e promovem o rompimento de diferenciações socioculturais como religião, idiomas, regimes políticos e outras formas de diversidade. Seriam lançados, assim, os “signos mundiais ou da mundialização”.
Passam a existir zonas de interface entre uma cultura fragmentada e especializada e outra integral, completa e macro. Valorização do atual e fim das distâncias.

O Glocalismo
Local e Global. Canclini defende que:
“A clássica definição socioespacial de identidade, referida a um território particular, precisa ser complementada com uma definição sociocomunicacional.” (p.35-6)

Reflexos na cultura
Apropriações de tempo e espaço: pessoais (distâncias mortas pelo e-mail), comunitárias (festas e encontros regionais); turismo de eventos (carnaval, de festa popular ao híbrido evento popular para consumo)
E as novas tecnologias? Noção de poder (hackers) ou de direitos autorais (troca de arquivos de música por mp3) são exemplos de como as NT confirmam mudanças na relação de espaço e tempo, que, em última análise, estão ligadas ao poder simbólico, ou seja, a posicionamentos culturais.

Canclini propõe 4 caminhos: 1 – Novos repertórios culturais, que aparecem a partir do rompimento de fronteiras (nacionalidade porosa, perpassadas pelas noções de aldeia global). Acesso a produtos importados, TV, turismo etc.
2 – Cultura como instância simbólica – reproduz a sociedade. (NT geram empregos diferenciados, subempregos pela automação).
Reflexos na cultura
3 – Cultura servindo ao consenso e à formação da hegemonia. Local para administrar poder, lutas sociais.
4 – Cultura como dramatização de conflitos sociais – narrativas (jornalismo, homepages, diários online, telenovelas etc).

Paradigma da comunicação digital
A comunicação um para muitos x comunicação muitos para muitos
Grande diferencial: não ser unidirecional, incentivar a interação com o “público”.
O “tempo real”: flexibilidade, fluxo tensonado, estoque zero, prazo zero. É a condensação do presente, da operação em andamento. Na rede, um “tempo pontual” (Levy)

Jornalismo
Conceito de furo jornalístico > jornal > rádio e tv > internet

Pensar
Devemos pensar na imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos diversos circuitos de produção e de difusão do saber e .... não amplificar e extrapolar certas tendências ligadas apenas à rede informático-mediática. (p.116)

Levy, de novo
“O processo de unificação do campo da “comunicação” já é bem antigo, na ordem econômica e financeira. Começou recentemente no plano das habilidades e das profissões durante o desenvolvimento da telemática. Com a constituição da rede digital e o desdobramento de seus usos tal como imaginamos aqui, televisão, cinema, imprensa escrita, informática e telecomunicações veriam suas fronteiras se dissolverem quase que totalmente, em proveito da circulação, da mestiçagem e da metamorfose das interfaces em um mesmo território cosmopolita.”
Ler, para 21/5
02 - BRIGGS & BURKE. A internet. In: Uma história social da mídia. pp.310-321 – somente XEROX
Aula do dia 21/5 – no Laboratório de Informática
Dia 28/5 – Novo texto, revisado e ampliado, com referências (textos 01 e 02, ou a critério do aluno). O QUE VOU PESQUISAR – trazer material para a aula.

Bibliografia da aula
CANCLINI, N. Entre o global e o local.
IANNI, O. A mundialização da cultura.
LEVY, P. Tecnologias da inteligência.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo.
Imagens: www.museudocomputador.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado