sexta-feira, 4 de maio de 2007

A informação baseada em ORKUT, Wikipedia, sites...

Do portal Comunique-se

Informação falsa e publicada em jornais agita mercado de comunicação do Paraná

Bia Moraes, de Curitiba

Boatos de que o Grupo RPC – que agrega os jornais Gazeta do Povo, Jornal de Londrina, emissoras de tevê retransmissoras da Globo e rádios – estaria sendo vendido para a própria Globo movimentaram a imprensa paranaense nos últimos dias. O estopim do caso foi a matéria publicada pelos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, e também no portal noticioso dos jornais, na quarta-feira (02/05). A matéria atribui a informação da venda da RPC ao portal G1, que pertence às Organizações Globo, que teria publicado nota sobre o assunto no dia 01 de maio, feriado do Dia do Trabalho.

Outra fonte para a matéria de O Estado e Tribuna foi a enciclopédia virtual Wikipedia: os jornais, inclusive, reproduziram em formato impresso (print) a página com o verbete da wiki sobre Gazeta do Povo e RPC, onde se afirma que as empresas foram “vendidas para a Globo em abril de 2007”.

Com a publicação da matéria em O Estado e Tribuna, e também nota sobre o mesmo assunto no Blog do Zé Beto – de autoria do jornalista Roberto José da Silva, bastante acessado por empresários, políticos, jornalistas e formadores de opinião, e hospedado no portal noticioso do Jornal do Estado - esta quarta-feira foi bastante agitada no meio jornalístico paranaense.

A reportagem dos jornais pertencentes ao Grupo Paulo Pimentel – e, portanto, concorrentes da Gazeta do Povo - ouviu a vice-presidente do Grupo RPC, Ana Amélia Filizola, que negou a venda da empresa para a Globo, assim como o empresário Joel Malucelli, proprietário das rádios Globo e CBN Curitiba, também envolvido no boato.

Publicada e retirada
Mas o que causou apreensão foi a afirmação da reportagem de O Estado, de que o portal G1 teria publicado notícia sobre a suposta venda da RPC e, em seguida, retirado do ar. A mesma informação foi publicada no Blog do Zé Beto.

Durante toda a quarta-feira, técnicos do G1 rastrearam o site atrás da possível notícia que teria sido publicada e posteriormente tirada do ar. Nada foi encontrado – e o G1, via assessoria de comunicação, informou oficialmente tanto à reportagem da Gazeta do Povo, quanto ao Comunique-se, que tal notícia sobre venda do Grupo RPC nunca existiu, e não foi publicada pelo portal.

Procurado pela reportagem do Comunique-se, o jornalista Roberto José da Silva, o Zé Beto, contou que recebeu email de uma fonte confiável, que afirmava ter visto a notícia no G1 no feriado – e que no dia seguinte a mesma notícia não estava mais no ar.

O texto da notícia do G1, de acordo com o Blog do Zé Beto, seria o seguinte:

“As Organizações Globo estão fechando acordo para a aquisição dos meios: TV Paranaense (RPC TV), Gazeta do Povo (RPC Jornal), Rádio 98 FM - Curitiba (RPC Rádio), Rádio Globo FM - Curitiba (RPC Rádio), Rádio Globo AM - Curitiba (Grupo J. Malucelli) e CBN - Curitiba (Grupo J. Malucelli).

O negócio ficará em torno de R$255 milhões. O grupo já anunciou seu pedido a Anatel para a liberação da compra das emissoras de tv e rádio, e a mesma disse que liberará o canal 13 VHF, de Curitiba para a atuação da nova rede de televisão, e assim desativará o canal 12 VHF, para poder liberar mais uma vaga em VHF para a capital o Paraná. Veja a renomeação de alguns meios:
TV Globo Curitiba - Futuro canal 13 VHF
Gazeta do Povo - Jornal impresso de circulação diária
Rádio 98 FM Curitiba - Frequência FM 98,9 MHz
Rádio Globo FM Curitiba - Frequência FM 93,9 MHz
Rádio Globo AM Curitiba - Frequência AM 1220 MHz
CBN Curitiba - Frequência FM 90,1 MHz*

Além destes as Organizações Globo lançará um novo site, o InfoPR, site de notícias e entretenimento, ao estilo PE360 Graus, de Pernambuco. Também ficará responsável pelo site da Gazeta do Povo, e da 98 FM. Está última juntamente com a Globo AM, Globo FM e CBN ficarão disponíveis on-line pela GloboRádio. Fonte: G1"

A fonte
O Comunique-se entrou em contato com a fonte de Zé Beto para confirmar se teria visto a notícia do G1. A resposta da fonte: teria entrado em uma comunidade do Orkut sobre o clube Atlético Paranaense, para saber informações sobre o jogo contra o Fluminense. Na comunidade, teria visto a notícia sobre a venda da RPC no G1. No dia seguinte, a fonte, ao acessar o G1, percebeu que a notícia não estava mais no ar.

A resposta da fonte foi dada por email, e em nenhum momento a pessoa afirma ter visto a notícia no portal G1.

Zé Beto diz: “A fonte era confiável e gabaritada, por isso publiquei a nota”. Nesta quinta-feira, porém, o jornalista volta ao assunto em seu blog, atualizando a situação de acordo com as matérias da Gazeta do Povo e de O Estado publicadas na mesma data.

A página do G1
De acordo com Mussa José Assis, diretor dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, uma fonte ligou para a redação no dia do feriado (01/05), informando que a notícia sobre venda do Grupo RPC estava no ar, no portal G1. “Várias pessoas aqui da redação viram a nota no G1. Alguns editores gravaram essa página. Eu, inclusive, imprimi e tenho uma cópia aqui comigo”, afirma.

Ainda de acordo com Mussa Assis, a redação de O Estado entrou em contato com a Gazeta do Povo para “alertar” sobre a notícia do G1 e o conteúdo dos verbetes na Wikipedia, e também para ouvir a vice-presidente da RPC, Ana Amélia Filizola, sobre a suposta venda da empresa. Ana Amélia negou a negociação, surpresa com a notícia, afirmando não saber de onde poderia vir tal boato. “Depois que alertamos a Gazeta, a notícia do G1 saiu do ar”, diz o diretor de O Estado do Paraná.

Mussa Assis afirma, também, que no dia do feriado, a reportagem de O Estado não conseguiu falar com a Anatel sobre a suposta abertura de um novo canal de UHF em Curitiba. Mas que, nesta quarta-feira (02/05), uma fonte da Anatel confirmou haver “estudos em andamento e um projeto técnico para liberação do canal 13 UHF em Curitiba”. Também no feriado, a reportagem de O Estado não obteve resposta do G1 sobre a possível publicação – e retirada – da notícia polêmica.

Possível spam
Mas, na matéria publicada nesta quinta-feira (03/05) suitando o caso, O Estado e Tribuna afirmam que Globo e G1 negaram tanto a compra da RPC quanto a publicação da notícia sobre o caso - e que tudo poderia ter sido originado de um spam. “Hoje em dia os hackers invadem sites, fazem o que querem”, disse Mussa Assis.

Já a Gazeta do Povo e a Gazeta do Povo Online, veículos da própria RPC, publicam também nesta quinta-feira (03/05) reportagem sobre o caso. A matéria abre afirmando que “a internet foi usada neste feriadão para a disseminação de uma série de notícias inverídicas sobre a venda de veículos da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e do Grupo J. Malucelli para as Organizações Globo. A boataria envolveu alterações anônimas nos verbetes sobre a RPC na enciclopédia virtual Wikipedia e atribuiu as informações ao portal de notícias das Organizações Globo, o G1. Mas a Central Globo de Comunicação desmentiu categoricamente a publicação de qualquer informação a respeito”.

Segue dizendo que “O conteúdo do portal (G1) passou por uma espécie de auditoria e não foi encontrado resquício de matéria sobre a venda de veículos como as emissoras de tevê da RPC e o jornal Gazeta do Povo. "Isto não existe. Não houve compra alguma", diz a nota distribuída pela Central Globo de Comunicação”.

A Anatel foi ouvida também pela reportagem da Gazeta e negou a notícia de novo canal de tevê para emissora em Curitiba. “Não existe projeto ou ação da agência para a mudança de canalização", afirmou a Anatel, via assessoria.

Wikipedia
Na matéria, a Gazeta do Povo lembra que a Wikipedia “alerta aos internautas para o fato de que qualquer artigo ou obra pode ser transcrito, modificado e ampliado”, mas que “apesar disso, os dados adulterados chegaram a servir de base para reportagem publicada na quarta-feira no jornal ´O Estado do Paraná´".

Um especialista em segurança digital entrevistado pela Gazeta do Povo diz que o boato sobre a venda da RPC foi produzido por “gente do ramo, que conhece a internet”. Ele identificou o IP de onde partiram as alterações nos verbetes da Wikipedia como sendo de Curitiba.

Outro técnico consultado pelo Comunique-se chegou à mesma conclusão – o IP de alteração na wiki é de Curitiba – e acrescentou que se trata de computador compartilhado por mais de um usuário, podendo ser de lanhouse.

Wanderson Castilho, o especialista entrevistado pela Gazeta, disse que “um indício de trabalho profissional é o de que a informação teria sido espalhada por meio de mensagens eletrônicas contendo um link que levaria para uma página falsa do portal G1”.

Para refletir
Tecnologia à parte, resta para os jornalistas que acompanharam o caso a questão da credibilidade das fontes. Em tempos de uso massivo da internet como fonte para pesquisas e matérias, o professor de Webjornalismo da faculdade Unibrasil, Hélio Marques – jornalista há 20 anos – lembra que há princípios do jornalismo que jamais podem ser deixados de lado: checagem, bom senso, e, como “premissa básica, desconfiar sempre da informação que chega pronta”.

“É inegável que a internet ajuda, e muito, a produção de reportagens e o trabalho dos jornalistas. Quem começou a trabalhar antes da web existir, como eu, sabe o quanto ela é útil. Mas é preciso ter em mente que a internet é apenas uma ferramenta, entre tantas outras, do trabalho jornalístico”, opina Marques.

Como professor, ele se diz alarmado com a mentalidade dos alunos de Jornalismo: “Eles acham que o mundo está na internet, que tudo está ali, pronto. A idéia deles é: quanto mais rápido e fácil cumprir a tarefa, melhor. Não querem saber de esforço, apuração. Checagem, leitura e pesquisa são palavras difíceis de incutir na cabeça dessa geração que já começou a vida usando a web”.

Sobre o caso específico da falsa notícia de venda da RPC para a Globo e as repercussões - que também acompanhou - Marques opina: “Vale lembrar que nem sempre uma notícia é publicada puramente por interesse jornalístico. Pode haver outros interesses em jogo – políticos ou comerciais. Não há como saber nesse caso, mas posso afirmar, com toda certeza, que ao usar a internet como fonte para matérias é preciso todo cuidado, sempre e cada vez mais”, conclui.

Aguardo comentários! Bjs



quarta-feira, 2 de maio de 2007

Monitoria - disciplinas do primeiro semestre

Atenção galera,
Vejam o edital de monitoria do departamento de comunicação. São oito vagas no total. Cliquem em editais a partir de amanhã no site www.cesnors.ufsm.br.
Inscrições no Núcleo de Apoio Pedagógico, junto à Secretaria até dia 8 de maio.

Legal!

Apontamentos - slides aula dia 02/5

Comunicação Digital

Temas subjacentes
papel do jornalismo como mediador
informatização das redações
ritmo da informação
informação em rede
economia global
modificações na produção e distribuição de informação
Comunicação Digital
A comunicação digital se organiza em função de uma combinação de diferentes mídias e dispositivos tecnológicos sendo predominante na chamada Sociedade da Informação.
Nossa história está em constante transformação, ligada sempre ao desenvolvimento de formas de armazenamento e distribuição da informação. Na sociedade atual, o valor da informação é ainda maior.
Dispositivos
O que é um dispositivo tecnológico?
Todo e qualquer instrumento, aparelho, equipamento utilizado para ampliar, melhorar ou inovar alguma tarefa realizada pelas pessoas. No caso da comunicação, são instrumentos usados na circulação, no armazenamento e/ou no tratamento da informação.

Exemplos...
Imprensa, rádio, televisão, cinema
Telefone, telégrafo
Computadores – Internet
Celulares
Palmtops, laptops
Tocadores de música e vídeo
Tecnologia wireless
Etc.
O processo histórico
Entender o impacto das novas tecnologias na sociedade exige postura crítica e aberta.
Não é preciso tornar-se um “idiota tecnológico” para ver as vantagens da evolução tecnológica.
Também não se pode negar que a tecnologia “em si” não poderá resolver todos os problemas.
Teorias/teses envolvidas
Sociedade pós-industrial (e cultura pós-moderna) – Jean-Francois Lyotard, (1979)
Sociedade da informação ou do conhecimento - Fritz Machlup (1962) – Marc Portat (1966)
Sociedade em rede - Manuel Castells, (1999) Levy (1993)
Sociedade da aprendizagem – Pozo e outros (2001)
Pós-modernidade
Conceito: Mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas.
Arquitetura, computação, arte Pop, Filosofia (crítica ao ocidentalismo), moda, cinema, música... e chega ao cotidiano nos dias atuais.
Características:
saturação informativa (mais signos que coisas); entrada do chip na programação da vida moderna; economia e sociedade do consumo;
reflexo nas artes: satirização, pastiche (colagem), desesperança; Filosofia: niilismo (nada, vazio, ausência de valores e sentidos para a vida, morte aos ideais e deuses)

Pós-modernidade
Em resumo: sociedade de indivíduos integrados à tecnologia, consumistas, narcisistas, com identidades móveis e, de outro lado, o surgimento de um consumidor programado, sem história.

Sociedade em rede
"A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede"
(M. Castells).

Rede hipertextual
Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua história, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referências e associações comuns, uma rede hipertextual unificada, um contexto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreensão (Pierre Lévy, 1993).
Sociedade do conhecimento
a grande produção de informação
a utilização maciça de tecnologias eletrônicas em rede
o processo de aprendizagem para toda a vida

Sociedade da aprendizagem
O modelo social emergente trata de valorizar os “processos de aquisição desse conhecimento, uma vez que são as ferramentas mais poderosas para espalhar ou distribuir socialmente essas novas formas de gestão do conhecimento” (Pozo, 2004)

“A C E S S O”
Momento histórico e cultural baseado no acesso das pessoas ao conhecimento e à informação.
Característica essencial: velocidade e multidirecionalidade.
Usos da informação
Uso no cotidiano: escolher produtos, contatar pessoas, trabalhar, programar lazer etc.
Uso econômico: trocas econômicas via rede de computadores.
Uso social: rede de distribuição de causas sociais e mobilização.
Uso político: informação e ideologia na rede.
Uso para conhecimento: informação para a educação.

Textos 01 - Leituras para 14/05
Disponível no xerox, no site www.cesnors.ufsm.br e com links no www.digitalcesnors.blogspot.com
GALARÇA, LS. Jornalismo Online na Sociedade da Informação – APENAS p.27 a 50
http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000432427&loc=2004&l=a68f7d8508fffd92
FERREIRA, JCF. Mutações Sociais e Novas Tecnologias: O potencial radical da Web.
http://www.bocc.ubi.pt/pag/felz-jorge-potencial-radical-da-web.pdf


Bye, bye